
?Uma São Paulo cada vez mais humana, sensível, inclusiva é possível. Depende de todos nós com pequenas ações que, somadas, se tornam grandes?. É assim que o vereador Eli Corrêa (DEM), sintetiza sua motivação para a apresentação do seu primeiro projeto de lei sancionado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB).
O lançamento do ?Território Inclusivo? ocorreu na última quarta-feira, dia 6, na UBS Cidade Nova São Miguel, rua Mohamad Ibrahin Saleh, 828-914. O vereador usou como referência o projeto ?Sábado Sem Barreiras? desenvolvido com foco no atendimento ginecológico para mulheres com deficiência no Hospital Pérola Byington coordenado pela doutora Maria de Fátima Duarte.
O prefeito Ricardo Nunes detalhou que ?a cidade tem algumas prioridades e a saúde das mulheres é uma delas". Por isso, no âmbito do "Outubro Rosa" as mulheres com deficiência passam a contar com um programa de atendimento diferenciado, focado nas especificidades deste público. Para Suely Rezende, que precisa de cadeira de rodas em função de tratamento a uma doença degenerativa, o programa traz valorização. ?Agora nós mulheres com deficiência temos um programa humanizado e que atende todas às nossas necessidades?, ponderou.
A doutora Fátima Duarte enfatizou a dimensão da conquista. ?Hoje é uma vitória das mulheres, das mulheres com deficiência pra que as mulheres sejam vistas pra além da sua deficiência?, afirmou.

Mais inclusão
A lei prevê que as unidades básicas de saúde da capital adotem equipamentos especialmente projetados para mulheres com deficiência ou cadeirantes. Das 460 unidades básicas de saúde da capital, menos de 20 são classificadas como acessíveis, o que corresponde a 5%.
Com a nova lei, a secretaria de Saúde passa a executar uma série de ações que vão mudar esta realidade. O objetivo é encurtar distâncias para que as pacientes não precisem enfrentar longas e desconfortáveis viagens para cuidar da saúde, como ocorria com as mulheres atendidas no Hospital Pérola Byington.
A proposta prevê mudanças específicas como, por exemplo, a substituição da maca convencional por uma elétrica. O parlamentar paulistano explica que esta mudança vai permitir que as pacientes possam se posicionar de modo autônomo na maca para as consultas. ?Ao invés de depender de um acompanhante ou mesmo algum profissional da unidade, as próprias pacientes vão se posicionar com autonomia?.
Emenda parlamentar
Para contribuir nos primeiros passos do programa, o vereador Eli Corrêa destinou emenda de R$ 300 mil destinadas à compra de macas elétricas. Durante o lançamento do programa ?Território Inclusivo?, o parlamentar antecipou que vai destinar mais R$ 500 mil para aumentar o número de unidades com o novo equipamento.
Nesta primeira etapa, 21 UBSs foram equipadas com macas elétricas. Sendo que na Zona Leste sete unidades foram contempladas, na Norte mais quatro, e nas zonas Sudeste e Sul cinco em cada. Clique aqui para acessar a lista completa de unidades já contempladas.
Mais participação
Eli Corrêa também destaca a necessidade de ampliar os canais de participação das mulheres com deficiência na definição das políticas públicas. ?Independentemente das limitações no corpo, essas mulheres têm um espírito de luta, uma vontade de superar as dificuldades que as tornam gigantes?, avalia o vereador.
Por isso, ele reforça que nenhuma decisão pode ser tomada sobre elas, sem que as mesmas possam dizer o que pensam e o que precisam. ?Pela visão de mundo delas, os benefícios não vão ficar restrito a elas, mas a todas as pessoas que devem aprender a se colocar no lugar delas, mas elas também sabem se colocar no lugar dos demais cidadãos. Isso faz toda a diferença?, conclui.